Há algum tempo as campanhas de marketing fazem parte da estratégia de venda das empresas no Brasil e no mundo. Quem nunca foi influenciado por uma propaganda na compra de algum produto ou serviço, não é mesmo? Essa compra por impulso, entretanto, pode afetar o orçamento pessoal e contribuir para um gasto supérfluo.
Uma pesquisa realizada em 2018 pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que entrevistou 910 consumidores nas 27 capitais do país, constatou que 59% dos compradores realizaram compras por impulso. Dentre as aquisições mais feitas, as roupas, calçados e acessórios (19%) estiveram no topo do ranking, enquanto as compras em supermercados (17%), perfumes e cosméticos (14%) e idas a bares e restaurantes (13%) vieram logo em seguida.
No âmbito das finanças pessoais, as compras não planejadas podem afetar negativamente o bolso do consumidor a curto, médio ou longo prazo. O número de inadimplentes no Brasil, inclusive, já está na casa dos 59,4 milhões.
Como fugir dessa armadilha?
De acordo com especialistas, fazer compras pode melhorar o humor e causar uma sensação de realização momentânea. Por isso mesmo diversas campanhas publicitárias fazem o uso de gatilhos mentais para impulsionar o desempenho.
Sendo assim, para evitar essa armadilha, David DeSteno, professor de psicologia da Universidade de Northeastern, recomenda, por exemplo, o uso do autocontrole. Para o especialista a adesão de estratégias que acalmem os sentimentos geradores das compras impulsivas podem ser de muita utilidade. Para isso, são recomendados exercícios mentais de gratidão, para então poder focar no de bem-estar duradouro, em vez do bem-estar passageiro das compras. Pensamentos simples, como ser grato a alguma coisa, independentemente do que seja, já reforça a proteção contra compras impulsivas, de acordo com o professor.
Outra dica para espantar a impulsividade das compras é fazer o uso do altruísmo no dia a dia. De acordo com um estudo realizado pela professora de psicologia da Universidade de British Columbia, Elizabeth Dunn, presentear outra pessoa, ao invés de gastar com você, desperta uma sensação de bem-estar mais duradoura.
A psicoterapia também é um caminho para os que querem se livrar das compras por impulso. Para Joanne Corrigan, psicóloga clínica, a terapia focada em compaixão pode auxiliar no afastamento do imediatismo e no controle das emoções angustiantes, levando a ter pensamentos mais centrados que não comprometam os ganhos futuros com recompensas imediatas.
Fontes: CDL Sinop, Jornal do Comércio e UOL Economia