Quanto pagamos de imposto? - RUMOS
13 de abril de 2023

De acordo com o Impostômetro, os brasileiros pagaram, em 2022, R$ 2,9 trilhões em impostos. Para se ter uma ideia, em 2021, cada pessoa trabalhou quase 150 dias por ano apenas para pagar impostos. É como se, em média, naquele ano cada um de nós tivesse trabalhado de janeiro a maio só para pagar tributos. O Impostômetro foi criado em 2005, pela ONG Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, e está instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo, no centro da capital paulista.

No Brasil, além de incidir sobre a renda (IR), os tributos também são cobrados sobre a folha de pagamento das empresas (INSS), a prestação de serviços (ISS), a venda de mercadorias (ICMS, IPI), as propriedades (IPVA, IPTU) e as operações financeiras (IOF), entre outros. Do cabeleireiro à máquina de lavar, da energia elétrica à contratação de um seguro, praticamente todas as nossas compras têm um ou mais impostos embutidos em seu valor. A propriedade de imóveis, automóveis e outros bens também é taxada.

De acordo com uma simulação que fizemos usando o impostômetro pessoal, uma pessoa com 2 dependentes, que trabalha no setor privado, com renda de R$ 9.000,00 mensais e padrão de consumo típico dessa faixa, paga cerca de R$ 2.000,00 por mês em impostos sobre consumo e propriedades. O imposto de renda devido por essa pessoa é de cerca de R$ 1.000,00 por mês. Além disso, o empregador mensalmente desconta R$ 877,74 do seu pagamento e recolhe outros R$ 1.800,00 em tributos para o INSS. Ou seja, a cada mês, o governo embolsa mais de R$ 5.600,00 por conta do trabalho, consumo e propriedades desse pagador de impostos.

De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2020 o valor dos impostos arrecadados no Brasil correspondeu a 31,6% de tudo o que foi produzido no país (PIB – Produto Interno Bruto). Como comparação, no México essa relação foi de 17,9%, na Colômbia 18,7%, no Chile 19,3%, nos Estados Unidos 25,5%, na Argentina 29,4% e no Canadá 34,3%. Entre 26 países da América Latina, somente Cuba (37,5%) e Barbados (35,2%) tinham cargas tributárias superiores à brasileira.

 

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