Por Alexandre Carvalho – Diretor Superintendente da RUMOS
Na última pesquisa de satisfação dos participantes RUMOS, recebemos diversos comentários manifestando preocupação e até insatisfação com a rentabilidade dos nossos investimentos (você pode conferir o desempenho de todos os perfis e comparar com os índices e fundos de mercado apropriados aqui).
Afinal, a RUMOS está “rendendo” bem ou mal? As taxas de retorno de vários dos nossos perfis de investimentos, nos últimos três anos, foram de fato inferiores às obtidas em períodos anteriores. A preocupação e insatisfação de quem investe neles é compreensível. Nós, da RUMOS, entendemos que o desempenho dos nossos investimentos, embora decepcionante no momento, está dentro do esperado. Já passamos por fases parecidas (e até mais difíceis) e fomos recompensados pela nossa disciplina.
Veja estes resultados:
Perdas muito expressivas, inclusive no Perfil 0, que investe somente em renda fixa (explicamos por que isso acontece aqui), em um ambiente de taxas de juros altas, favorecendo o desempenho do Perfil Curto Prazo. Soa familiar?
Pois bem, o gráfico e os números acima se referem ao período de 1 de maio a 30 de setembro de 2015, que coincide com o auge da crise do governo Dilma Rousseff. Naquela época, a gestão e os participantes da RUMOS se mantiveram firmes, apesar desse desempenho decepcionante dos nossos investimentos no curto prazo. E fomos recompensados pela nossa disciplina. Vamos “tirar o zoom” e ver o que aconteceu nos quase oito anos que se passaram, desde então:
Vivemos, nesse período, um impeachment de presidente, uma pandemia, duas eleições muito polarizadas, a guerra da Rússia contra a Ucrânia e, mais recentemente, o caso das Americanas, todos fenômenos que nos impuseram perdas e uma grande dose de incerteza sobre o futuro, registradas nas fortes oscilações das linhas no gráfico acima. Mas, apesar de toda essa conjuntura desfavorável, de toda a volatilidade, no longo prazo os perfis 0, 15, 30 e 50 premiaram com retornos superiores a firmeza e o sangue frio dos nossos participantes e gestores.
Mantida a nossa estratégia, é isso que esperamos que aconteça, novamente, nos próximos anos. Assim, recomendamos que, se você tolera bem esses episódios de perdas em prazos mais curtos, conta com bastante tempo até precisar do dinheiro investido na RUMOS, e tem um patrimônio conservador fora do nosso fundo de pensão, mantenha-se nos perfis de investimentos que têm mais oscilação nos resultados mensais (0, 15, 30 ou 50). Encare momentos similares ao atual, de perda ou rentabilidade inferior temporárias, como sendo o preço, inevitável, a pagar por uma expectativa de retorno mais atraente ao longo da vida.
Há garantias? Não. Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. Se os resultados negativos mais recentes e essa incerteza forem intoleráveis para você, considere mudar para o Perfil Curto Prazo na próxima eleição geral (planejada para maio), tendo em mente que a rentabilidade esperada desse perfil ao longo dos anos é menor, o que pode ser mitigado por contribuições maiores ou pelo adiamento da aposentadoria. Mas resista à tentação mudar para o perfil que “tem rendido mais”, de “se defender”, de tentar “adivinhar” que tipo de aplicação renderá mais nos próximos meses, de ficar alternando de perfil de investimentos ao sabor da conjuntura político-econômica. Os gestores profissionais quase sempre falham nesse tipo de tentativa. Nossos dados indicam que os participantes RUMOS também.
